segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Poema da Gratidão

Senhor Jesus, muito obrigada!Pelo ar que nos dás,Pelo pão que nos deste,Pela roupa que nos veste,Pela alegria que possuímos,Por tudo de que nos nutrimos.
Muito obrigada, pela beleza da paisagem,Pelas aves que voam no céu de anil,Pelas Tuas dádivas mil!
Muito obrigada, Senhor!Pelos olhos que temos...Olhos que vêm o céu, que vêm a terra e o mar,Que contemplam toda beleza!Olhos que se iluminam de amorAnte o majestoso festival de corDa generosa Natureza!
E os que perderam a visão?Deixa-me rogar por elesAo Teu nobre Coração!Eu sei que depois desta vida,Além da morte,Voltarão a ver com alegria incontida...
Muito obrigada pelos ouvidos meus,Pelos ouvidos que me foram dados por Deus.Obrigada, Senhor, porque posso escutarO Teu nome sublime, e, assim, posso amar.Obrigada pelos ouvidos que registram:A sinfonia da vida,No trabalho, na dor, na lida...O gemido e o canto do vento nos galhos do olmeiro,As lágrimas doridas do mundo inteiroE a voz longínqua do cancioneiro...
E os que perderam a faculdade de escutar?Deixa-me por eles rogar...Eu sei que no Teu Reino voltarão a sonhar.
Obrigada, Senhor, pela minha voz.Mas também pela voz que ama,Pela voz que canta,Pela voz que ajuda,Pela voz que socorre,Pela voz que ensina,Pela voz que ilumina...E pela voz que fala de amor,Obrigada, Senhor!
Recordo-me, sofrendo, daquelesQue perderam o dom de falarE o teu nome sequer podem pronunciar!...Os que vivem atormentados na afasiaE não podem cantar nem à noite, nem ao dia...Eu suplico por elesSabendo que mais tarde,No Teu Reino, voltarão a falar.
Obrigada, Senhor, por estas mãos, que são minhasAlavancas da ação, do progresso, da redenção.Agradeço pelas mãos que acenam adeuses,Pelas mãos que fazem ternura,E que socorrem na amargura;Pelas mãos que acarinham,Pelas mãos que elaboram as leisE pelas que as feridas cicatrizamRetificando as carnes partidas,A fim de diminuírem as dores de muitas vidas!Pelas mãos que trabalham o solo,Que amparam o sofrimento estancam lágrimas,Pelas mãos que ajudam os que sofrem,Os que padecem...Pelas mãos que brilham nestes traços,Como estrelas sublimes fulgindo nos meus braços!
...E pelos pés que me levam a marchar,Erecto, firme a caminhar,Pés da renúncia que seguemHumildes e nobres sem reclamar.
E os que estão amputados, os aleijados,Os feridos e os deformados,Os que estão retidos na expiaçãoPor crimes praticados noutra encarnação,Eu rogo por eles e posso afirmarQue no Teu Reino, após a lidaDesta dolorosa vida,Poderão bailarE em transportes sublimes com os seus braços também afagar.Sei que lá tudo é possívelQuando Tu queres ofertar,Mesmo o que na Terra parece incrível!
Obrigada, Senhor, pelo meu lar,O recanto de paz ou escola de amor,A mansão de glóriaOu pequeno quartinho,O palácio ou tapera, o tugúrio ou a casa de miséria!Obrigada, Senhor, pelo amor que eu tenho ePelo lar que é meu...Mas, se eu sequerNem um lar tiverOu teto amigo para me abrigarNem outra coisa para me confortar,Se eu não possuir nada,Senão as estradas e as estrelas do céu,Como sendo o leito de repouso e o suave lençol,E ao meu lado ninguém existir, vivendo e chorando sozinho ao léu...Sem um alguém para me consolarDirei, cantarei, ainda:Obrigada, Senhor, porque te amo e sei que me amas,Porque me deste a vidaJovial, alegre, por Teu amor favorecida...Obrigada, Senhor, porque nasci,Obrigada, porque creio em Ti....E porque me socorres com amor,Hoje e sempre,Obrigada, Senhor!

Autor:
Divaldo Pereira Franco ( médium )
Amélia Rodrigues ( espírito )

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